sábado, 30 de outubro de 2010

Há em mim duas fontes de vida.



Estou para a vida como quem abre o coração para a brisa carregar algumas folhas secas... Compreender minha mente me ajuda a estar livre para sentir tudo e eu não quero só a serenidade, quero a tormenta. Não quero só a calma, quero a fúria. Não quero só o amor, quero a solidão. Não quero só a paz, quero a catarse. Não quero só o silêncio, quero a surdez. Pode ser sim que, em determinado momento da minha vida, eu sinta apenas a serenidade, a calma, o amor, a paz e o silêncio, mas enquanto meu coração pulsar quero tudo e o nada ao mesmo tempo. Sobre sentir, confesso que sinto e muito. Sinto a respiração mais profunda quando recebo um abraço de minha mãe. Sinto meu porto seguro e indestrutível quando meu converso com meu pai. Sinto meu coração aquecido quando estou perto de quem admiro. Sinto minha mente líquida fluindo diante do mar. Sinto minha humildade quando ao lado de outro, qualquer outro, reconheço nele(a) sua infinita beleza independente de mim, dos meus juízos, preconceitos,valores. Sinto meu estômago murmurar quando estala em minha boca o sabor do chocolate. Sinto a dor e a tristeza quando a vida me fecha as portas e quando eu não consigo abri-las. Sinto o desprezo quando não me olham na cara ou me olham e me subestimam. Sinto medo por minha escuridão, por minhas prisões e meus fantasmas, mas também, sinto meu corpo vivo quando amo alguém. Sinto que sou completo quando desfruto da experiência de transcender a mim mesmo pela verdade do outro. E sinto a verdade quando meus pés roçam o chão e se aquecem no calor pulsante que cada grão da terra vibra em minha pele. Sinto tudo que me permito sentir e me permito tudo porque a vida sem sentir não é vida é paisagem insólita, estática e fria. Há em mim duas fontes de vida: A do coração e da mente, por ambas vivo simultaneamente, e para ambas quero a liberdade, a liberdade da minha plenitude!

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